Qual o seu perfil de investidor?

Antes de entrar no mundo dos investimentos em ações ou mesmo em Renda Fixa é importante que você defina qual o seu perfil de investidor.

Pode parecer besteira, mas não é, acredite!

Sabendo exatamente qual o seu perfil e, consequentemente, qual o risco está disposto a assumir e o montante da sua carteira que pretende alocar em Renda Variável, as chances de você fracassar são minimizadas.

Sendo assim, vamos apresentar os quatro perfis mais conhecidos no mercado para você verificar em qual deles se encaixa.

Despreocupado


investidor despreocupado zeca pagodinho

Típico perfil da pessoa que recebe o salário, paga as contas e se sobrar dinheiro o direciona para a tradicional Caderneta de Poupança.

Taxa Selic, inflação, LCI, CDB, Tesouro Direto, ações e Bolsa de Valores são palavras que não fazem o menor sentido para este perfil.

Seja por falta de conhecimentos básicos de educação financeira, medo ou preguiça, esse perfil simplesmente ignora qualquer notícia relacionada à economia e acredita que este assunto é muito complexo e ainda não se conscientizou da importância do tema na sua vida e daqueles que o cercam.

Este perfil não pode ser considerado um investidor de fato e se tivesse que escolher uma música para defini-lo seria: Deixa a vida me levar, vida leva eu…

Conservador


O investidor com perfil conservador já percebeu que precisa ser o dono da sua vida financeira e não pode simplesmente largar o seu dinheiro na Poupança sem entender minimamente quais os rumos e taxas de outras aplicações financeiras.

Este perfil possui a segurança como ponto decisivo para suas aplicações.

Costuma ter uma grande parcela de sua carteira composta por ativos de Renda Fixa (LCI, CDB, Tesouro Direto, etc.) e apenas uma pequena parcela em Renda Variável (ações, fundos, etc.).

Este perfil prioriza a segurança em detrimento de possíveis ganhos mais elevados na Renda Variável.

É considerado conservador o investidor que possui menos de 20% de sua carteira alocada em Renda Variável.

Comumente são investidores que não toleram as oscilações do mercado financeiro e se “desesperam” ao perceber que alguma de suas ações sofreu desvalorização de 10 a 20% em um curto período de tempo, por exemplo.

Geralmente, esse tipo de investidor não possui tempo e/ou interesse em acompanhar o mercado financeiro e vê na Renda Fixa uma opção mais segura e que demanda muito menos energia e paciência para a realização das operações.

Moderado


É o meio termo entre o investidor com perfil conservador e aquele com perfil mais arrojado.

A segurança continua sendo importante para estes investidores, mas a possibilidade de maiores rentabilidades atreladas a maiores riscos é mais aceitável.

O investidor moderado continua tendo a maior parcela de seus investimentos alocados em Renda Fixa, mas a parcela de sua carteira direcionada para a Renda Variável é maior do que os conservadores.

Sendo assim, podemos considerar como moderado aquele investidor que possui entre 20 e 40% de sua carteira alocada em Renda Variável.

Arrojado


o perfil de investidor lobo de wall street

É aquele investidor que busca na Renda Variável retornos superiores aos obtidos na Renda Fixa e que possui disposição e tranquilidade para lidar com as oscilações e riscos da Bolsa de Valores.

As principais características destes investidores são “sangue frio” e tolerância ao risco.

A rentabilidade passa a ser a principal mola propulsora deste investidor e a segurança e estabilidade são relegadas a segundo plano.

Entretanto, é fundamental que o investidor com esse perfil não negligencie totalmente a segurança, pois as chances de fracassar e perder volumosas quantias de dinheiro em Renda Variável é real.

Os investidores com perfil arrojado podem estar visando tanto obter lucros com operações de curto prazo (“day-trade”, por exemplo) quanto operações de médio e longo prazo, onde o investidor adquire determinadas ações com a intenção de se tornar um verdadeiro sócio da empresa.

O “day-trade” é utilizado para definir operações de compra e venda de ações realizadas no mesmo dia, ou seja, o investidor está mais interessado em especular e obter ganhos com oscilações do preço da ação.

Já o investidor interessado em alocar sua carteira na Renda Variável, mas que prefere investir pensando no médio e longo prazo geralmente toma decisões de qual ação comprar baseado na qualidade da empresa.

Este investidor é mais tolerante para as variações de curto prazo das ações, pois sua escolha foi baseada em análise técnica da empresa, entende que neste mercado é normal haver oscilações e confia que no médio e/ou longo prazo o seu investimento se mostrará uma boa escolha.

Consideramos arrojado o investidor que possui acima de 40% de sua carteira alocada em ativos da Renda Variável.


Normalmente, o perfil do investidor está atrelado aos seguintes fatores:

  • Histórico familiar e grau de conhecimento sobre finanças

Crianças e adolescentes que cresceram em um ambiente familiar onde conversas sobre educação financeira e investimentos eram constantes, tenderão a se tornar investidores tão logo comecem a receber seu próprio dinheiro.

Adultos que nunca foram apresentados a estes conceitos em suas fases iniciais da vida, tenderão a iniciar seus investimentos com mais cautela e através de operações mais simples até adquirirem conforto e segurança para migrarem para outras operações mais complexas.

Entretanto, pode ser, por exemplo, que determinada pessoa entenda que seus objetivos de vida e seu planejamento financeiro são perfeitamente atingidos através de investimentos em Renda Fixa e, portanto, não migrem para a Renda Variável.

Não há um regra exata de onde começar e nem para onde o investidor precisa progredir. Esta é uma decisão muito pessoal.

Nosso único conselho é que busquem sempre conhecimento antes de tomar qualquer decisão com o seu patrimônio financeiro.

  • Tolerância a riscos

Na vida, é possível que você já tenha conhecido pessoas com espírito mais aventureiro e outras mais metódicas e que não abrem mão da estabilidade, certo?

O mesmo pensamento pode ser aplicado ao mundo dos investimentos, quanto mais tolerante ao risco, maior é a probabilidade do investidor entrar na Renda Variável.

Por outro lado, se a estabilidade e segurança falam mais alto em suas finanças, maior a tendência de você iniciar e permanecer na Renda Fixa.

  • Fase atual da vida

O pensamento aqui é bem simples e direto. Quando mais jovem e com menos responsabilidades, maior é a tolerância a correr riscos em busca de retornos mais elevados.

Se você tem 25 anos, mora sozinho ou com os pais e não tem filhos, é mais fácil se recompor de um fracasso na Bolsa de Valores.

Por outro lado, se você já possui 50 anos, tem filhos na universidade e pais precisando de auxílio para pagamento de planos de saúde, a tendência é que você não “arrisque” na Renda Variável e prefira a segurança e estabilidade da Renda Fixa.

Portanto, de forma geral, quanto mais experiente e com mais responsabilidades, a tendência é que o investidor adote um perfil mais direcionado para o lado conservador.

  • Capital disponível para aplicação

Quanto maiores forem suas reservas disponíveis para investimentos, maior será a possibilidade de você diversificar e iniciar suas aplicações também na Renda Variável, se assim você julgar conveniente.

Por exemplo, Mauro Silva possui R$ 100.000 para investir e Raí possui R$ 8.000. Considerando apenas estas quantias, é prudente pensarmos que Mauro Silva pode destinar uma parte de seus recursos para a Renda Variável de forma mais otimizada, pois Raí possui uma margem pequena para diversificar.

Sendo assim, geralmente pequenos investidores tendem a preferir a Renda Fixa.


Novamente ressaltamos que não existem regras definidas no mundo dos investimentos e nossa intenção e apenas apresentar alguns conceitos para te ajudar a refletir e definir seu perfil de investidor.

Lembre-se sempre: é muito importante conhecer a si mesmo antes de iniciar qualquer investimento e evitar frustrações futuras com as suas escolhas!


Este é o segundo artigo da nossa série intitulada “Ações para leigos”. Para conhecer os demais artigos, acesse:

Para dúvidas, elogios ou reclamações, basta deixar um comentário aqui embaixo. Teremos o maior prazer em te responder, combinado?


Última atualização desta matéria: abril de 2017.

4 respostas

  1. Sinceramente não tinha o menor interesse em compra e venda de ações ou como aplicar meu dinheiro mas depois deste artigo vou entrar a fundo nesse mundo de investidores e estudar bastante antes de tomar qualquer decisão. Obrigada o artigo foi muito útil para mim.

  2. Gostaria de saber se existe um capital mínimo a ser transferido para ser aceito e bem atendido por uma corretora. Qual seria o menor valor indicado para iniciar uma experiencia na compra e venda de ações com retornos em prazos menores como no swing, por exemplo?

    1. Olá, Silva.

      Em teoria, não existe capital mínimo para ser bem atendido por uma corretora.
      É dever de qualquer corretora atender bem seus clientes independentemente dos valores investidos.
      Entretanto, é importante pontuar que investidores qualificados (acima de 1 milhão em ativos) possuem acesso a produtos diferenciados, os quais não são disponibilizados aos pequenos investidores.
      Com relação a sua segunda pergunta, recomenda-se que os custos com corretagem não ultrapassem 1% do valor movimentado.

      Um abraço e bons investimentos!

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