Cerca de 29,4 milhões de domicílios brasileiros (1) foram amparados pelo Auxílio Emergencial, benefício financeiro fornecido pelo Governo Federal para enfrentar a crise sanitária atual.
A redução no valor do benefício e a inflação nos alimentos deterioram o poder de compra nos diferentes estados brasileiros.
Um dos maiores programas assistenciais da história brasileira, o Auxílio Emergencial surgiu para fornecer proteção aos mais vulneráveis durante o enfrentamento da crise atual, causada pela pandemia do novo coronavírus, Sars-CoV-2.
O valor pago a cada beneficiário do programa era de R$ 600 e foi reduzido, em setembro, para R$ 300. A inflação no preço dos alimentos nesse mesmo período fez com que o poder de compra tenha se reduzido.
Estudo realizado pelo Bons Investimentos analisa quais estados brasileiros mais foram afetados e quais são os alimentos que mais contribuíram para a redução do poder de compra.
Tópicos
O estudo: poder de compra por estado
O estudo realizado, resumido no infográfico interativo abaixo, teve como objetivo identificar quais estados mais tiveram seu poder de compra comprometido com a redução da parcela do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 (diminuição de 50%) quando considerada a inflação dos alimentos no mesmo período.
Como referência de valores, foi considerado o preço médio das cestas básicas por capital, conforme dados de setembro fornecidos pelo DIEESE (2) (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
A pesquisa considerou o valor para 17 capitais. Abaixo, valores da perda do poder de compra por UF:
- DF – 62,5%
- MS – 58,0%
- MG – 58,0%
- ES – 57,6%
- Média BR – 57,8%
- RJ – 57,4%
- SP – 57,2%
- GO – 57,2%
- RS – 57,1%
- SC – 56,9%
- CE – 56,8%
- PB – 56,4%
- BA – 56,3%
- SE – 56,0%
- PA – 55,9%
- RN – 54,3%
- PR – 53,2%
- PE – 53,2%
Tabela 1: Perda do poder de compra da cesta básica utilizando Auxílio Emergencial
UF |
Cidade |
Cesta básica (ago/20) |
Cesta básica (set/20) |
Cesta básica (out/20) |
Cesta básica (nov/20) |
Cesta básica (dez/20) |
Perda poder compra |
DF |
Brasília |
R$ 443 |
R$ 446 |
R$ 490 |
R$ 573 |
R$ 592 |
62,50% |
MS |
Campo Grande |
R$ 484 |
R$ 493 |
R$ 520 |
R$ 589 |
R$ 576 |
58,00% |
MG |
Belo Horizonte |
R$ 478 |
R$ 492 |
R$ 517 |
R$ 552 |
R$ 569 |
58,00% |
ES |
Vitória |
R$ 509 |
R$ 539 |
R$ 553 |
R$ 607 |
R$ 600 |
57,60% |
RJ |
Rio de Janeiro |
R$ 530 |
R$ 564 |
R$ 592 |
R$ 630 |
R$ 621 |
57,40% |
SP |
São Paulo |
R$ 540 |
R$ 563 |
R$ 596 |
R$ 629 |
R$ 631 |
57,20% |
GO |
Goiânia |
R$ 483 |
R$ 511 |
R$ 538 |
R$ 557 |
R$ 564 |
57,20% |
RS |
Porto Alegre |
R$ 529 |
R$ 553 |
R$ 581 |
R$ 617 |
R$ 616 |
57,10% |
SC |
Florianópolis |
R$ 530 |
R$ 582 |
R$ 585 |
R$ 617 |
R$ 616 |
56,90% |
CE |
Fortaleza |
R$ 462 |
R$ 486 |
R$ 511 |
R$ 539 |
R$ 535 |
56,80% |
PB |
João Pessoa |
R$ 415 |
R$ 432 |
R$ 450 |
R$ 455 |
R$ 475 |
56,40% |
BA |
Salvador |
R$ 419 |
R$ 459 |
R$ 455 |
R$ 488 |
R$ 479 |
56,30% |
SE |
Aracaju |
R$ 398 |
R$ 427 |
R$ 442 |
R$ 451 |
R$ 453 |
56,00% |
PA |
Belém |
R$ 442 |
R$ 459 |
R$ 468 |
R$ 487 |
R$ 501 |
55,90% |
RN |
Natal |
R$ 419 |
R$ 422 |
R$ 437 |
R$ 455 |
R$ 459 |
54,30% |
PR |
Curitiba |
R$ 506 |
R$ 524 |
R$ 521 |
R$ 547 |
R$ 540 |
53,20% |
PE |
Recife |
R$ 439 |
R$ 464 |
R$ 469 |
R$ 463 |
R$ 469 |
53,20% |
BR |
Média |
R$ 478 |
R$ 492 |
R$ 517 |
R$ 552 |
R$ 566 |
57,80% |
O infográfico mostra quantas cestas básicas é possível comprar com o Auxílio Emergencial em cada uma destas capitais analisadas.
Vilões do aumento de preço
Parte dos dados fornecidos pelo DIEESE mostra também quais foram os alimentos que mais contribuíram para a elevação geral no nível de preços da cesta básica. Abaixo, resumo dos principais:
- Óleo de Soja: Aumento de preço em todas as capitais analisadas.
- Arroz Agulhinha: Aumento de preço em todas as capitais analisadas.
- Carne de Primeira: Aumento de preço em 16 das 17 capitais analisadas.
- Açúcar: Aumento de preço em 15 das 17 capitais analisadas.
- Leite Integral: Aumento de preço em 14 das 17 capitais analisadas.
- Tomate: Aumento de preço em 14 das 17 capitais analisadas.
Tabela 2 – Variação de preços nos alimentos
Alimento |
Variação entre set e ago/20 |
Variação entre out e set/20 |
Variação entre nov e out/20 |
Variação entre dez e nov/20 |
Acumulado |
Batata |
-6,71% |
20,31% |
51,17% |
2,75% |
74,33% |
Óleo de soja |
32,21% |
14,01% |
9,08% |
4,35% |
71,57% |
Arroz agulhinha |
20,77% |
7,62% |
5,02% |
4,57% |
42,74% |
Tomate |
16,16% |
23,22% |
4,04% |
-17,46% |
22,91% |
Banana |
1,28% |
6,15% |
4,22% |
8,46% |
21,52% |
Carne bovina de primeira |
4,28% |
5,15% |
5,75% |
2,39% |
18,73% |
Açúar refinado |
0,85% |
0,84% |
2,50% |
6,50% |
11,02% |
Feijão carioquinha |
4,01% |
0,89% |
3,10% |
0,41% |
8,63% |
Café em pó |
-0,62% |
1,96% |
1,46% |
3,71% |
6,62% |
Pão grancês |
1,36% |
-0,45% |
1,64% |
2,13% |
4,74% |
Leite integral |
5,18% |
0,21% |
-0,21% |
-1,37% |
3,74% |
Manteiga |
0,32% |
1,19% |
-0,09% |
-0,86% |
0,55% |
Farinha de trigo |
2,64% |
-5,99% |
0,15% |
-0,91% |
-4,24% |
Taxa de Desocupação Recorde
Dados da PNAD COVID19, publicados pelo IBGE, mostram que, em setembro, a taxa de desocupação atingiu seu maior nível desde o início da série histórica PNAD Covid19 mensal.
Foi registrada a cifra de 14% de desocupados no período, o que representa um total de 13,5 milhões de pessoas.
Ressaltamos que a taxa de desocupação é popularmente conhecida como taxa de desemprego e contabiliza as pessoas que não tem trabalho, mas estão a procura de um.
As regiões com maior taxa de desocupação foram:
- Nordeste: 16,9%
- Norte: 14,8%
- Sudeste: 14,2%
- Centro-Oeste: 12,1%
- Sul: 9,8%
Tabela 3 – Taxa de desocupação
UF |
Estado |
ago/20 |
set/20 |
Variação |
RO |
Rondônia |
9% |
9,1% |
0,1% |
AC |
Acre |
13,1% |
13% |
-0,1% |
AM |
Amazonas |
17,9% |
18,2% |
0,3% |
RR |
Roraima |
15,9% |
16,2% |
0,3% |
PA |
Pará |
13,7% |
14,4% |
0,7% |
AP |
Amapá |
17,3% |
17,4% |
0,1% |
TO |
Tocantins |
12% |
13,5% |
1,5% |
MA |
Maranhão |
18,1% |
19,2% |
1,1% |
PI |
Piauí |
10,3% |
9,9% |
-0,4% |
CE |
Ceará |
13,1% |
15,2% |
2,1% |
RN |
Rio Grande do Norte |
17% |
16,8% |
-0,2% |
PB |
Paraíba |
11,9% |
13,7% |
1,8% |
PE |
Pernambuco |
15,3% |
15,9% |
0,6% |
AL |
Alagoas |
16,4% |
16,6% |
0,2% |
SE |
Sergipe |
13,2% |
16% |
2,8% |
BA |
Bahia |
18,1% |
19,6% |
1,5% |
MG |
Minas Gerais |
12,3% |
12,6% |
0,3% |
ES |
Espírito Santo |
12,6% |
12,9% |
0,3% |
RJ |
Rio de Janeiro |
15% |
16,1% |
1,1% |
SP |
São Paulo |
14,5% |
14,5% |
0% |
PR |
Paraná |
11,2% |
11,1% |
-0,1% |
SC |
Santa Catarina |
8,2% |
7,8% |
-0,4% |
RS |
Rio Grande do Sul |
9,9% |
9,7% |
-0,2% |
MS |
Mato Grosso do Sul |
10% |
9,5% |
-0,5% |
MT |
Mato Grosso |
10% |
9,8% |
-0,2% |
GO |
Goiás |
13,5% |
13,2% |
-0,3% |
DF |
Distrito Federal |
13,3% |
14,1% |
0,8% |
BR |
Todo Brasil |
13,6% |
14% |
0,8% |
As informações completas podem ser visualizadas no infográfico interativo abaixo, no qual é possível analisar a informação por estado.
[INFOGRÁFICO]
Fontes:
(1) https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/
(2) https://www.dieese.org.br/
Este infográfico e o respectivo estudo para a sua elaboração foram desenvolvidos pela equipe do site bonsinvestimentos.com.br.
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